As pessoas perguntam-me porque tenho por hábito acordar às cinco da manhã.
A resposta é simples. É o único momento que tenho para mim mesmo, para conversar comigo, para meditar, para escrever, ler… é um momento que eu tenho comigo. E é espetacular.
Não é necessário acordar à mesma hora que eu. Pode acordar meia hora antes da sua hora habitual para despertar mas é importante ter tempo só para si. Porque senão acorda com os seus problemas e a sua vida vira simplesmente uma bola de neve, onde são as obrigações diárias que o controlam e não o contrário.
Que tipo de vida é essa ? Que tipo de vida queremos viver?
Se nós não conseguirmos tirar um bocadinho de tempo para nós mesmos, se não conseguimos dar um propósito, um sentido à nossa vida e apenas vamos vivendo naquela roda viva, de repente, olhamos para trás e passaram 10, 20, 30, 40 anos da nossa vida em que tudo se manteve igual.
Onde não evoluiu, não cresceu, não leu nenhum livro, não desenvolveu nada. Essa é a vida que quer? Essa é a sua passagem pela Terra?
Qual é o real sentido? Qual é o verdadeiro propósito de eu estar aqui, de nós estarmos aqui? Eu me recuso a viver assim.
Eu me recuso simplesmente a sobreviver.
Eu acho que a vida é muito mais preciosa que isso, é muito mais forte que isso. Eu acho que eu posso fazer diferença na vida dos outros e eu acho que a nossa vida faz muito mais sentido se a nossa vida for resposta para a vida dos outros também.
Isso dá-nos muito mais sentido. E isso dá-nos uma sensação de pertença, de pertencer, de fazer parte de alguma coisa maior que nós mesmos.
Eu realmente acho que quando a gente encontra um propósito que é maior do que nós mesmos, os nossos egoísmos, as nossas coisinhas, a nossa vidinha, a nossa vida passa para outro nível de satisfação, outro nível de realização.
Uma das pessoas mais felizes do mundo deve ter sido Madre Teresa de Calcutá porque ela entregou-se, pelos outros, por uma causa que era maior do que ela mesmo, que dura até hoje.
Não precisamos ser a Madre Teresa de Calcutá mas precisamos saber que a nossa vida tem algum impacto, faz alguma diferença neste mundo senão perde o sentido.
Irá chegar ao último dia da sua vida, vai olhar pra trás e, certamente, não vai dizer:
– Fui um grande gestor daquela empresa! Eu representei aquela empresa com todas as minhas forças! Isso é o que me dá orgulho de viver e sei que eu vou morrer agora estou feliz porque eu fiz o nome daquela empresa
brilhar.
Que vida é que é essa? A sério. O que estamos a fazer?